Saiba o que é fato e o que não procede sobre o assunto, segundo os órgãos ligados à saúde.
Uma alimentação saudável e rica em ingredientes naturais é o segredo para ter mais disposição, melhorar o humor, aumentar a imunidade e reduzir os riscos de doenças crônicas, segundo o Ministério da Saúde. No entanto, apesar de ser uma ideia defendida por este e outros órgãos da área, o conceito de alimentação natural ainda pode ser confuso para muitos brasileiros.
Com muitos mitos sobre alimentação circulando na internet, é fácil acreditar em teorias do chamado “terrorismo nutricional” e adotar práticas potencialmente prejudiciais à saúde. Ideias erradas sobre determinados ingredientes podem fazer com que muitos deixem de consumir alimentos saudáveis ou abusem no consumo de outros produtos.
Por esse motivo, é necessário buscar informações corretas sobre o que é uma alimentação natural e fazer a distinção entre os mitos que circundam o tema. Diferentes órgãos ligados à saúde produzem conteúdos para conscientizar a população e alertar sobre os benefícios das boas práticas alimentares.
O que é uma alimentação natural?
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o conceito tem a ver com o consumo de ingredientes que estejam em seu estado mais natural possível, sem alterações químicas e sintéticas. Dessa forma, pode-se considerar dentro dessa classe de alimentos: frutas, verduras e legumes.
Já as carnes resfriadas ou congeladas são alimentos de origem animal e, por isso, precisam ser minimamente processadas para se manterem em boas condições para o consumo. Dessa forma, não se encaixam na categoria in natura, embora também integrem a alimentação natural.
Conforme explica a professora do curso de nutrição do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), Melissa Rotatori, quanto menos processado for o produto, mais nutrientes como vitaminas, minerais e fibras ele apresenta. Em entrevista à imprensa, a especialista destacou que, por esse motivo, alimentos in natura são fortemente indicados por médicos e nutricionistas.
Alimentação natural: mitos e verdades
Adotar uma alimentação natural significa incluir mais nutrientes importantes para o bom funcionamento do organismo nas refeições. Entretanto, com algumas teorias que circulam na internet, a tarefa pode não ser tão fácil assim, principalmente, quando se acredita em mitos sobre os produtos naturais.
Para evitar riscos à saúde, é fundamental saber o que é verdade e o que é mito sobre o tema. Com as informações corretas, é possível adotar uma dieta equilibrada e saudável.
Existem alimentos naturais ruins
Mito. Uma informação incorreta que ganhou alcance na internet é que existem alguns alimentos “bons” e outros “ruins”, até mesmo em relação àqueles in natura. Entretanto, segundo o Ministério da Saúde, a ideia de que há alimentos naturais prejudiciais à saúde é um mito, mesmo que alguns sejam mais nutritivos do que outros.
No geral, o que ocorre é o consumo errado em relação à quantidade. Mesmo os alimentos in natura têm calorias, e consumi-los em excesso vai gerar ganho de peso no longo prazo. Por outro lado, adotar dietas restritivas pode trazer riscos e favorecer o surgimento de doenças. A recomendação do Ministério da Saúde é optar por uma alimentação equilibrada e balanceada com frutas, legumes, verduras e outros alimentos nutritivos.
Suplementos naturais podem ajudar a repor nutrientes
Verdade. O Ministério da Saúde afirma que os suplementos podem ser usados para ajudar a repor nutrientes que estejam em falta no organismo. Há vários deles, sendo cada um voltado para necessidades específicas.
O ômega 3, por exemplo, é uma substância bastante encontrada em peixes, que auxilia nas funções cardiovasculares, controle de colesterol, melhora das articulações e fortalecimento dos músculos. Portanto, pode ser indicado para estas finalidades, garantindo o melhor funcionamento do organismo.
Aqueles que não consomem alimentos de origem animal, podem optar pelo ômega 3 vegano, que é uma alternativa de suprir as demandas de nutrientes sem precisar mudar a dieta alimentar.
Segundo o professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e autor do livro “Nutrição, metabolismo e suplementação nas atividades físicas”, Julio Tirapegui, os suplementos podem ajudar a pessoa a atingir os níveis ideais dos nutrientes, auxiliando nos casos de deficiências nutricionais ou de pessoas que não consomem a quantidade adequada, o que torna a reposição apenas pela alimentação inviável.
Os suplementos são disponibilizados nas mais variadas formas, como comprimido, pó, líquido, gel e, até mesmo, bala. A creatina monohidratada é um tipo de suplemento bastante utilizado por praticantes de atividade física, já que seu principal objetivo é proporcionar o aumento de força, diminuição da fadiga muscular e ganho de massa muscular. Ela pode ser encontrada em diferentes formas, como pó e comprimido.
Comer frutas com casca é melhor
Verdade. A ideia de reutilizar as cascas das frutas é algo bastante comum na culinária brasileira que, além de ser sustentável, é também benéfica para a saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as cascas são ótimas fontes de fibras e podem ser aliadas na alimentação saudável.
O órgão ressalta a importância da higienização correta para que as cascas estejam livres de sujeiras e microrganismos que sejam nocivos à saúde.
O consumo de ovos aumenta o colesterol
Mito. Os ovos são uma fonte natural de proteína para o organismo, no entanto, alguns mitos causam receio para o consumo. A ideia de que o alimento aumenta o colesterol é bem difundida, mas não é verdadeira.
A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) apontou que a teoria é um mito e destacou os resultados de uma pesquisa da Universidade de Harvard que comprovou não haver relação entre o consumo de ovos e o aumento de doenças cardiovasculares.
O estudo, feito com 215 mil pessoas, derrubou a teoria e informou, ainda, que a ingestão do alimento ajuda a proteger o organismo por ser uma fonte rica em proteína, aminoácidos essenciais, vitaminas e minerais com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.